RESTAURAÇÃO DE PAISAGENS

Uma poderosa Solução baseada na Natureza - e nas pessoas - para enfrentar as crises do clima e da biodiversidade

 

O CONTEXTO

A conjuntura que vivemos pede ações urgentes. O ano de 2024 registrou as temperaturas mais altas da história, enquanto a humanidade por ter ultrapassado sete dos nove limites planetários, como a concentração de carbono na atmosfera e a perda de biodiversidade. A ciência é clara: as mudanças climáticas enfrentadas hoje são causadas por ações humanas, especialmente pela emissão de gases de efeito estufa. Os eventos climáticos extremos se tornam cada vez mais frequentes e mostram a necessidade de respostas imediatas e robustas. 

Diante desse cenário, a natureza se mostra como nossa maior parceira. As Soluções Baseadas na Natureza (SBN), entre elas a restauração de paisagens, representam pelo menos 30% da ação necessária para enfrentar a crise climática. Com “tecnologia” acessível e escalável, a natureza podem remover grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera e, ao mesmo tempo, gerar benefícios múltiplos essenciais para as pessoas, como segurança hídrica e alimentar, oportunidades econômicas, cultura e bem-estar.  

No mundo, estima-se que um bilhão de hectares de áreas degradadas ou desmatadas possam ser restaurados sem comprometer a produção de alimentos das comunidades locais. No Brasil, as condições para a restauração são favoráveis: o país já estabeleceu metas nacionais ambiciosas, como restaurar 12 milhões de hectares até 2030, e assumiu compromissos internacionais relevantes, como o Acordo de Paris. 

Para transformar esses compromissos e benefícios em resultados concretos, a Conservação Internacional (CI-Brasil) lidera um amplo movimento para acelerar e ampliar a restauração de paisagens, em parceria com comunidades locais, governos e setor privado. 

 


 

O QUE É RESTAURAÇÃO DE PAISAGENS?

A restauração ecológica busca recuperar a vegetação nativa de áreas degradadas, ajudando a restabelecer o equilíbrio da natureza. Ela pode ser implementada por meio de diferentes técnicas, como o plantio de mudas ou a remoção de espécies invasora - dando espaço para que a própria natureza retome seu processo de regeneração. 

Quando ampliamos o olhar para além da área específica e pensamos na escala da paisagem, a restauração ganha novas dimensões, principalmente a social. Em áreas rurais, muitas vezes marcadas por desigualdade e falta de apoio, a restauração pode se tornar um caminho para inclusão social, geração de renda e desenvolvimento local. 

Assim, a restauração de paisagens pode ser entendida como um processo que une a recuperação da natureza com a melhoria do bem-estar humano, trazendo benefícios ambientais, sociais e econômicos. 

 

 

POR QUE RESTAURAR?

BENEFÍCIOS PARA O CLIMA

Sequestro de carbono

Durante a fotossíntese, as plantas capturam CO2 e o armazenam em formato de biomassa. Dessa forma, restaurar ecossistemas convertidos é uma das maneiras mais econômicas e eficientes de sequestrar significativas quantidades de carbono.

Controle da temperatura global

A restauração de paisagens é crucial para a estabilidade climática global e para evitar o ponto de não retorno da Amazônia - cenário crítico em que a floresta poderia se transformar em uma espécie de savana, comprometendo sua capacidade de regular o clima.

 

 

BENEFÍCIOS PARA AS PESSOAS

Retorno sobre investimento

Cada dólar investido na restauração de ecossistemas pode gerar até US$ 110 em benefícios econômicos, demonstrando um retorno potencial substancial.

Geração de oportunidades

Projetos de restauração bem-sucedidos podem gerar até 2,5 milhões de empregos diretos no Brasil até 2030, impulsionando a economia e fortalecendo áreas rurais.

Resiliência climática

A restauração ajuda as comunidades a se adaptarem a eventos climáticos extremos e incertos, promovendo benefícios que vão desde o fortalecimento da agricultura até a proteção de populações costeiras contra inundações. 

 

 

BENEFÍCIOS PARA A BIODIVERSIDADE

Resiliência das espécies

A recuperação de habitats naturais cria condições favoráveis para a sobrevivência e reprodução de uma diversidade de espécies.

Conservação dos Ecossistemas Marinhos

Ao reduzir o escoamento de nutrientes para áreas costeiras, a restauração de paisagens ajuda a conservar recifes de corais e bancos de algas. Além disso, a recuperação de manguezais é vital para a conservação da biodiversidade e possui alta capacidade de armazenar carbono. 

 

 

DANDO ESCALA À RESTAURAÇÃO NO BRASIL

Desde 2017, temos avançado na missão de ampliar os benefícios da restauração em larga escala na Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. 

 

+ 58 mil

hectares em processo de restauração

+ 146 milhões

de mudas nativas plantadas

+ 145 mil

postos de trabalho criados em comunidades locais

+ 762 mil

toneladas de CO2 a serem removidas da atmosfera em 30 anos

 

 

Até 2030, a meta é ter 500 mil hectares em restauração no Brasil.

 

 

COMO FAZEMOS

Para alcançar esses resultados, nossa equipe especializada atua em colaboração com comunidades locais, governos, empresas, organizações sem fins lucrativos, coletivos de restauração e instituições internacionais. A CI-Brasil organiza sua estratégia em três abordagens principais, que buscam maximizar o impacto e a escalabilidade dos projetos, ao mesmo tempo em que fortalecem a estruturação do setor de restauração. 

 

Rio-Formoso_Flavio-Forner-56
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER

PILOTO

Junto a parceiros locais, coordenamos projetos em áreas estratégicas que ampliam benefícios para as comunidades, contribuem para a mitigação climática e promovem a conservação da biodiversidade. Esses projetos funcionam como experiências demonstrativas que testam, combinam e aprimoram diferentes técnicas de restauração, conciliando práticas inovadoras com os conhecimentos e diálogos estabelecidos com as comunidades, povos indígenas, proprietários rurais e demais atores da cadeia da restauração.

Um exemplo é a Priceless Planet Coalition (PPC), iniciativa global de restauração da Mastercard que conta com a CI-Brasil para restaurar 6 mil hectares na Amazônia e na Mata Atlântica. 

ci_28844618
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER

MERCADO

Trabalhamos com o setor privado para fortalecer a conexão entre a restauração e o mercado e garantir a viabilidade econômica da agenda. Nossas iniciativas estão relacionadas a modelos de negócios e cadeias de valor da restauração ou aos seus ativos, como capital e áreas, para financiar e fortalecer a escala da restauração.

O nosso papel como Conselheira de Impacto do BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG), que busca captar US$ 1 bilhão para restaurar 275 mil hectares de terras degradadas no Brasil, Uruguai e Chile, ilustra essa abordagem. A CI-Brasil assegura que as aquisições de terras sigam critérios ambientais rigorosos e legais, além de apoiar práticas agrícolas de baixo impacto e emissões reduzidas de carbono.

TRF-ENGANO_Flavio-Forner-58
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER

POLÍTICA

Atuamos em colaboração com governos e instituições para fortalecer a governança e criar um ambiente regulatório favorável à restauração em larga escala. Nessa abordagem estão as atividades mais abrangentes, que envolvem grandes territórios, regras e regulamentações, partes interessadas e o processo de tomada de decisão em nível subnacional ou nacional.

O Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL), por exemplo, tem nas suas metas a recuperação de 28 mil hectares da Amazônia por meio da regeneração natural assistida e restauração ativa. A iniciativa adota uma abordagem integrada que fortalece governos locais, estimula uma economia sustentável baseada na floresta e amplia a cooperação regional entre os principais parceiros na proteção da biodiversidade e dos benefícios da natureza para as pessoas. 

 

ONDE ATUAMOS?

Territórios com projetos de restauração de paisagens da CI-Brasil em 2025. Crédito: Conservação Internacional / Andre Justen.

RESTORATION_BRAZIL-9

 

CONHEÇA NOSSAS INICIATIVAS

 

© © CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER
PRICELESS PLANET COALITION
A Priceless Planet Coalition (PPC) é uma iniciativa global fundada pela Mastercard que busca empregar 100 milhões de árvores ao redor do mundo em lugares com o maior potencial de impactos positivos para o clima, comunidades e para a biodiversidade. A coalizão é guiada pela Conservação Internacional e pelo World Resources Institute (WRI), que aplicam práticas baseadas na ciência para a seleção, implementação e monitoramento de longo prazo dos esforços de restauração. No Brasil, a coalizão apoia as ações de restauração coordenadas pela CI-Brasil, que visam recuperar 6 mil hectares de áreas degradadas na Mata Atlântica e na Amazônia, incluindo Áreas Protegidas (Unidades de Conservação Federais, Estaduais ou Municipais), Áreas de Preservação Permanente, Reservas Legais de propriedades rurais e Terras Indígenas. Em parceria com organizações locais, testamos e aprimoramos técnicas de restauração que combinam eficiência ecológica, viabilidade econômica e participação comunitária. A iniciativa traz benefícios diretos, como o ganho de biodiversidade e a geração de empregos, bem como a melhoria da conectividade em locais como áreas protegidas em Rondônia e na Bahia e a proteção de nascentes. Saiba mais
© © CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER
THE REFORESTATION STRATEGY
O BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG) é uma divisão do BTG Pactual dedicada à gestão de ativos florestais, sendo um dos maiores e mais antigos gestores globais nesse campo. A iniciativa busca mobilizar US$ 1 bilhão para recuperar 275 mil hectares de terras degradadas no Brasil, Uruguai e Chile. Seu modelo é pioneiro: o grupo adquire propriedades rurais e destina metade das áreas à restauração e conservação de espécies nativas; enquanto outra metade é voltada à silvicultura de baixo impacto para produção de madeira sustentável certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC). A CI-Brasil atua como conselheira de impacto da estratégia, garantindo que as aquisições de terras estejam ancoradas em ciência robusta e sigam critérios ambientais rigorosos e legais, além de apoiar práticas agrícolas de baixo impacto e emissões reduzidas de carbono. O projeto combina restauração ecológica, geração de créditos de carbono e produção de madeira certificada como modelo de financiamento para as ações. Em 2024, o TIG firmou acordos com Microsoft e Meta para aquisição de até US$ 11,9 milhões de créditos de remoção de carbono e já mobilizou mais de US$ 500 milhões em compromissos financeiros, recebendo o Prêmio Investimento de Impacto do Ano em Finanças Ambientais. Saiba mais
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER
PAISAGENS SUSTENTÁVEIS DA AMAZÔNIA
O Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (Amazon Sustainable Landscapes - ASL), tem como objetivos ampliar a área sob proteção legal, aprimorar a gestão de Áreas Protegidas e expandir a restauração e o manejo sustentável na Amazônia brasileira. Uma das metas é a restauração de 28 mil hectares, sendo 23,8 mil hectares através da regeneração natural assistida e 4,2 mil hectares por meio restauração ativa. A iniciativa adota uma abordagem integrada que fortalece governos subnacionais, estimula uma economia próspera baseada na conservação da floresta e intensifica a cooperação regional entre os principais parceiros envolvidos na proteção da biodiversidade e das contribuições da natureza para as pessoas. Um exemplo da atuação é o apoio fornecido à construção do Plano Estadual de Restauração da Vegetação Nativa (PRVN) do Pará. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e executado pela CI-Brasil, FUNBIO e FGV, o projeto integra o Programa ASL Regional, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo Banco Mundial. Sua operacionalização conta com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e órgãos estaduais de meio ambiente do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Saiba mais
RESTAURA AMAZÔNIA
A iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é realizada em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e conta com financiamento do Fundo Amazônia e de instituições apoiadoras. O programa tem como meta restaurar 15 mil hectares de vegetação nativa nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão, além de fortalecer a cadeia produtiva da restauração nesses territórios. A CI-Brasil atua como parceira gestora responsável por coordenar a restauração de 5 mil hectares no Pará e Maranhão, com a previsão de capturar cerca de 549 mil toneladas de CO₂ e gerar renda para até 2,5 mil pessoas. As atividades se concentram em Unidades de Conservação, Assentamentos Rurais, Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e imóveis rurais de até quatro módulos fiscais localizados em municípios do Arco da Restauração - um corredor de recuperação florestal que está sendo construído na região mais pressionada pelo desmatamento na Amazônia. Saiba mais Foto: Conservação Internacional / Flavio Forner
© © CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER
RESTAURA BIOMAS
Financiado pelo GEF-8, coordenado pelo MMA e executado pela WRI-Brasil em parceria com a União pela Restauração (composta por CI-Brasil, TNC Brasil, WRI Brasil e WWF-Brasil), o Restaura Biomas atua em todos os biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa. O projeto visa recuperar 600 mil hectares de vegetação nativa e promover o manejo sustentável em 1,2 milhão de hectares até 2030, mitigando cerca de 34 milhões de toneladas de CO₂. Além disso, a iniciativa busca beneficiar 150 mil pessoas, fortalecendo as cadeias produtivas da restauração e promovendo soluções que integram biodiversidade, clima e desenvolvimento socioeconômico. Para chegar lá, o Restaura Bioma prevê o fortalecimento da governança do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) e a construção de parcerias público-privadas para desbloquear fluxos financeiros destinados à restauração.
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER
FLORESTA PARA O BEM-ESTAR
Executado pela CI-Brasil e financiado pelo BNDES com recursos do Fundo Amazônia, o Floresta para o Bem-Estar busca restaurar áreas degradadas e fortalecer a cadeia da restauração nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso e Pará, monitorando com transparência as atividades e impactos socioambientais. O projeto prevê a recuperação de mais de 1 mil hectares e a oferta de cursos de capacitação para viveiristas e coletores de sementes, contribuindo com o desenvolvimento socioeconômico local, a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas no Brasil. As atividades de restauração são direcionadas às áreas degradadas de Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal de assentamentos de reforma agrária e imóveis rurais de até quatro módulos fiscais. A comunicação também é um pilar essencial do projeto, voltado a engajar a sociedade em torno da restauração. Para isso, são desenvolvidos diversos produtos, como uma página online com informações atualizadas, folders, publicações educativas em redes sociais e boletins digitais. Além disso, está em produção uma série audiovisual que mostrará a importância da restauração da Amazônia para o bem-estar social, ambiental e econômico nacional. Saiba mais
ESTRUTURAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO PARÁ
Em parceria com o Bezos Earth Fund, a CI-Brasil lidera uma iniciativa para fortalecer a cadeia produtiva da restauração no Pará e assim apoiar o estado no cumprimento da meta de recuperar 5,6 milhões de hectares até 2030. Com duração de três anos, o projeto vai mapear a oferta e a demanda por insumos florestais, investir na infraestrutura de viveiros e redes de coletores de sementes e criar polos regionais conectados em uma rede estratégica de viveiristas da Amazônia. Essa rede oferecerá capacitação técnica e acesso a tecnologias capazes de ampliar a produção e a qualidade de mudas e sementes. A iniciativa inclui ainda o desenvolvimento de uma plataforma digital para integrar os principais atores do setor e a promoção de encontros multissetoriais para aprimorar práticas e ampliar o engajamento com o tema. Com essas ações, espera-se mobilizar US$ 5 milhões em novos investimentos empresariais, capacitar 160 viveiristas, coletores e técnicos de extensão rural - com impacto indireto para 2,4 mil agricultores familiares - e elevar a capacidade anual de produção do estado em até 4 milhões de mudas.  Foto: Conservação Internacional / Flavio Forner
RESTAURAÇÃO PRODUTIVA NO CENTRO DE ENDEMISMO BELÉM (CEB)
O Centro de Endemismo Belém (CEB) é uma das regiões mais ricas da Amazônia, mas também uma das mais ameaçadas: cerca de 70% das suas florestas já foram desmatadas para dar lugar a cidades e a uma agropecuária de baixa produtividade. Essas atividades econômicas não foram capazes de levar desenvolvimento humano para a região e ainda colocaram em risco diversas espécies que não ocorrem em nenhum outro lugar do planeta. Por mudar esse cenário, a CI-Brasil desenvolve projetos na região em parceria com a Otsuka Corporation e Daikin com foco em agricultores familiares do município de Tomé-Açu (Pará). Essas iniciativas buscam conciliar restauração ecológica com inclusão social, recuperando 20 hectares de áreas alteradas, gerando renda e fortalecendo a segurança alimentar. Como resultado, já foram implantados mais de 100 hectares de sistemas agroflorestais (SAFs) na região, alguns configurando verdadeiras Unidades Demonstrativas, caracterizadas pela diversidade de espécies, pela floresta em pé e pela melhoria nas condições de vida das comunidades locais. Foto: Conservação Internacional / Flavio Forner
CIERA - ASSISTENTE DE RESTAURAÇÃO DE ECOSSISTEMAS DA CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL
Atualmente, um dos principais desafios para a restauração de paisagens no Brasil é a dificuldade de integrar políticas públicas ambientais nos territórios devido às múltiplas fontes e formatos de dados e informações. Um exemplo disso é que, embora os passivos ambientais em propriedades privadas já estejam mapeados conforme o novo Código Florestal, informações essenciais para orientar a restauração - como os incentivos específicos de cada estado e os custos por bioma - permanecem dispersas em documentos legais. Para otimizar esse processo, colaboradores da CI dos Estados Unidos e do Brasil, em parceria com a Microsoft, Esri, Universidade de Maryland, Universidade Estadual de Utah e threshold.world, estão desenvolvendo a plataforma CIERA - uma ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) que integra dados geoespaciais disponíveis com informações extraídas de políticas públicas, diretrizes governamentais e artigos científicos. A CIERA centraliza as informações em um mesmo ambiente e as traduz para a mesma linguagem, retornando ao usuário as áreas prioritárias para restauração específicas para o contexto local. Dessa forma, diferentes atores têm acesso facilitado a informações detalhadas e personalizadas sobre as áreas a serem restauradas, acelerando a tomada de decisão e promovendo a restauração de paisagens de forma estratégica. Ainda em fase de aprimoramento, a plataforma já despertou o interesse de governos e organizações privadas. Saiba mais Foto: Conservação Internacional / Flavio Forner
MONITORAMENTO REMOTO DA RESTAURAÇÃO
A CI-Brasil, em parceria com a startup japonesa sustainacraft inc. por meio de um programa da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e do BID Lab (membro do Banco Interamericano de Desenvolvimento), está aprimorando o monitoramento remoto da restauração. As organizações uniram infraestruturas, dados e equipes para desenvolver uma solução que combina imagens de satélite com dados de campo para estimar biomassa, biodiversidade e estoques de carbono em áreas sob restauração na Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Os resultados preliminares mostram que a metodologia tem potencial para detectar mudanças em curto prazo e calibrar modelos preditivos, tornando o monitoramento de grandes áreas em recuperação mais eficiente e acessível. Além disso, a iniciativa busca identificar estratégias eficazes de regeneração, como a regeneração natural assistida e o plantio enriquecido, e medir sua efetividade em diferentes contextos, permitindo a adaptação para diversos territórios. Como parte do projeto, também está previsto o desenvolvimento uma plataforma digital para disponibilizar os resultados de forma aberta e transparente. Saiba mais Foto: Conservação Internacional / Flavio Forner
© Luana Luna
AMAZÔNIA LIVE
O projeto realizado pelo Instituto Socioambiental - ISA no período de 2017-2021 teve como principal objetivo a implantação de 826 mil árvores no processo de restauração na região do Rio Xingu, no Mato Grosso. A iniciativa visou a restauração ecológica e a conexão de paisagens por meio da recuperação de nascentes e matas ciliares, além da possibilidade de geração de renda na região pelo fortalecimento das redes locais de sementes. Foi realizado um esforço de mobilização e engajamento dos agricultores locais para tratar de passivos ambientais em Áreas Permanentes Privadas (APP), margens de rios e córregos. O projeto incluiu visitas técnicas, mapeamento e diagnóstico ambiental da área de restauração. A técnica utilizada foi a semeadura direta de sementes de espécies nativas, prática conhecida como "Muvuca". Para o monitoramento, foram implementados dois modelos: monitoramento expedito e monitoramento de parcelas permanentes.

 


 

INSCREVA-SE NO NOSSO BOLETIM

Ao enviar o formulário para receber o boletim "Restauração na Rede", confirmo que estou ciente e autorizo o compartilhamento de informações com a Conservação Internacional, conforme a política de privacidade da organização.

ENTRE EM CONTATO

Quer construir parcerias de impacto? Entre em contato com nossa equipe e vamos cultivar soluções para um futuro possível em conjunto.