LINHAS QUE FORTALECEM

 

 

O primeiro projeto 100% voltado para mulheres Mẽbêngôkre (Kayapó) já feito traz no cerne as características delas: une tradição, cultura, autoestima e originalidade.

 

Desenvolvido pela Conservação Internacional em parceria com a Associação Floresta Protegida, Instituto Kabu e o Instituto Raoni com financiamento do Fundo L’Oréal para Mulheres, a iniciativa construiu e/ou reformou 36 casas de costura, comprou equipamentos e insumos para equipar os espaços e promoveu nove oficinas para 273 mulheres Mẽbêngôkre em 2023. Com foco em diminuir a dependência financeira das mulheres das compras de vestimentas nas cidades próximas as aldeias, o projeto vai além: criando espaços de organização social e política das mulheres.

Tradicionalmente, no centro das aldeias do povo Mẽbêngôkre está localizada a casa do guerreiro. O espaço serve para a reunião dos homens e por gerações foi o local de organização político e social das comunidades.

 

 

© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / NANA YUNG
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / nana yung
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / NANA YUNG
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / nana yung

O surgimento das casas de costuras, ajuda a consolidar um papel de protagonismo e liderança que há anos a mulher Mẽbêngôkre luta para ocupar. Além de um local para costurar, produzir artesanato, elas agora possuem um espaço físico para se organizar, trocar sobre suas necessidades, interesses e traçar o futuro de luta por direitos. “Agora temos a casa da guerreira", afirma Nhakmakoro Kayapó, que apoiou como monitora e tradutora uma oficina realizada na Terra Indígena Las Casas, no Sul do Pará.

"A criação de um programa que incentiva a construção de casas de costura para mulheres Kayapós é um exemplo inspirador de inovação, pois não apenas promove autonomia econômica e desenvolvimento de habilidades práticas, mas também se tornam epicentros de fortalecimento e engajamento político, onde as mulheres se reúnem para discutir um futuro mais inclusivo e participativo para suas comunidades”, afirma a Diretora do Programa de Povos Indígenas e Comunidades Locais da CI-Brasil, Renata Pinheiro.