CONHEÇA SELMA, JOSEFA E ROSÂNGELA

 

 

Em projeto realizado pela CI-Brasil e financiado pela General Motors, as mulheres são protagonistas na conservação da região do Tapajós.

 

Selma Ferreira, Josefa Souza e Rosângela Pereira são mulheres parecidas: maduras, mães, vivem rodeadas de floresta Amazônica em uma região no Pará conhecida como Tapajós, acordam cedo todos os dias, cuidam dos bichos e de sistemas agroflorestais, da casa e da família, atuam na gestão de organizações comunitárias na região. São mulheres fortes, referências dentro de suas comunidades. Outra coisa que elas têm em comum é o trabalho em defesa da natureza e a certeza de que é necessário envolver outras mulheres nesta luta.

As três mulheres e outras 300 pessoas estão entre os impactados pelo projeto desenvolvido pela CI-Brasil e financiado pela General Motors (GM) voltado para a implementação de sistemas agroflorestais (SAFs) e fortalecimento da cadeia da restauração. "Essa iniciativa foi fundamental para fortalecer as mulheres e para que cada uma mostrasse a sua força de trabalho. Depois de passarmos pelas capacitações, tivemos liberdade para escolher a forma como íamos trabalhar. Por isso eu acredito que deu tão certo", conta Selma, que também é integrante da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Belterra (Amabela).

 

selma

SELMA

josefa

JOSEFA

rosangela

ROSÂNGELA

 

 

Com um forte componente de gênero, o projeto foi desenvolvido em parceria com a comunidade e para a comunidade, pensando na geração de renda alternativa, redução da pobreza, aumento da segurança alimentar e conservação da floresta. Foram implementados SAFs em três áreas próximas a florestas nacionais. A restauração da mata ciliar próxima a um centro comunitário da região e a implementação e fortalecimento de viveiros de mudas com capacidade para a produção de 80 mil mudas por ano. Ao todo, 70 mulheres membro da comunidade local participaram de cursos com diversas temáticas (empreendedorismo, marketing, mídia social, boas práticas de produção, gestão financeira, agroecologia e turismo) e mais de 100 pessoas foram treinadas com cursos focados em restauração e gênero.

"Isso não tem preço, é transformador e mostra que a união nos ajuda a ficar mais fortes e que podemos buscar parcerias para viver melhor no campo, com mais dignidade e bem-estar. Aprendemos a trabalhar no viveiro com mudas, ajudando a Casa Familiar Rural tanto na melhoria da casa, quanto no reflorestamento do entorno. Tivemos a assistência técnica do projeto em todos os momentos, o que foi fundamental", lembra Josefa, que também é presidente da Associação da Casa Familiar Rural de Belterra e coordenadora pedagógica da Escola Comunitária Casa Familiar Rural de Belterra.

 

© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / INAÊ BRANDÃO
© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / INAÊ BRANDÂO

O fortalecimento da cadeia da restauração gera renda e melhoria de vida para famílias na Amazônia e é fundamental para que o Brasil alcance os compromissos assumidos internacionalmente para frear os efeitos mais críticos da crise climática. O governo brasileiro se comprometeu com a restauração de 12 milhões de hectares até 2030 e o governo do Pará, estado central para atingir a meta nacional e onde a iniciativa está sendo implementada, com a restauração de 5 milhões no mesmo período.

As três associações parceiras da iniciativa são lideradas por mulheres. Uma delas é a Associação dos Agricultores Familiares da Batata (ASAFAB), onde Rosângela é presidente. "O projeto nos ensinou a importância de restaurar e contribuir com a preservação de florestas e áreas degradadas. Além disso, fez as mulheres entenderem a importância de cuidar da terra e da saúde com alimentos saudáveis.

Agora, a comunidade tem mais consciência da importância do restauro e das plantações sustentáveis," afirma Rosângela.

Além da GM, o projeto também contou com apoio financeiro da organização Planet Woman e apoio técnico do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).