No evento de 17 anos do Fundo Amazônia, Conservação Internacional reforça a importância dos arranjos territoriais como caminho para escalar as ações no bioma

Manaus – Amazonas, 13 de agosto de 2025 - A Conservação Internacional (CI-Brasil) esteve presente em Manaus, nos dias 12 e 13 de agosto, na celebração dos 17 anos do Fundo Amazônia, promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com apoio de parceiros nacionais e internacionais. O encontro “Raízes e Rumos” reuniu cerca de 100 participantes - incluindo representantes de povos indígenas, comunidades quilombolas, agricultores familiares, organizações da sociedade civil, setor privado, governos estaduais e federal - para resgatar aprendizados, debater desafios e projetar os próximos passos do Fundo. 

Durante dois dias, a programação contou com plenárias, painéis, oficinas e a Feira da Sociobioeconomia, criando um espaço de diálogo e construção coletiva sobre estratégias de conservação, restauração e desenvolvimento sustentável nos territórios amazônicos. Representando a CI-Brasil, Viviane Figueiredo, gerente de projetos da Amazônia, e Fagner Richter, coordenador sênior de projetos, apresentaram a experiência da organização nos projetos financiados pelo Fundo Amazônia, como o Tapajós Sustentável e Resiliente, o Floresta para o Bem-Estar e o Restaura Amazônia, que atuam no Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Maranhão com foco na estruturação de cadeias produtivas sustentáveis e apoio a projetos de restauração de paisagens.  

Entre os resultados mais relevantes do evento, destacou-se a importância dos arranjos territoriais - integração de projetos e iniciativas em um mesmo território, ampliando a eficiência no uso dos recursos, potencializando impactos e fortalecendo a capacidade de ação conjunta. Essa abordagem foi apontada como estratégica para ampliar o alcance do Fundo Amazônia e contribuir para que o Brasil cumpra compromissos importantes para conter o desmatamento no bioma, como o alcance da meta do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que prevê restaurar 12 milhões de hectares em todo o país até 2030. A necessidade da otimização é evidente: menos de 3% do financiamento climático global é destinado às Soluções Baseadas na Natureza (SBN), como a conservação de ecossistemas, produção sustentável e restauração de paisagens, embora elas possam fornecer pelo menos 30% das soluções necessárias para conter a crise climática.  

“Essa integração fortalece a capacidade de restaurar paisagens, conservar ecossistemas e gerar benefícios diretos para as comunidades locais. Ao criar sinergias entre diferentes iniciativas, os arranjos territoriais permitem ganhar escala e acelerar o avanço rumo às metas socioambientais nacionais e locais. A CI-Brasil já aplica essa visão na prática, conectando esforços de projetos implementados em parceria com o Fundo a outras frentes estratégicas, como o Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) e a parceria com o Bezos Earth Fund para estruturar a cadeia da restauração no Pará”, destacou Viviane. 

As reflexões levantadas durante o encontro serão incorporadas a propostas que poderão ser levadas para espaços estratégicos, como a COP30, fortalecendo a aplicação efetiva dos recursos do Fundo e seu alinhamento aos compromissos climáticos e de biodiversidade do Brasil. 

Fundo Amazônia 

Criado em 2008 pelo Governo Federal e gerido pelo BNDES, o Fundo Amazônia tem a missão de captar e investir recursos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, além de promover a conservação e o uso sustentável da Amazônia Legal. Desde então, já apoiou centenas de iniciativas que contribuem para a proteção da natureza e para o desenvolvimento sustentável na região. 

Parceira do Fundo há mais de uma década, a CI-Brasil implementa projetos que impulsionam a conservação e restauração florestal, promovem alternativas econômicas sustentáveis, fortalecem a resiliência dos territórios e melhoram a qualidade de vida das populações amazônicas.