COP30 deve fortalecer a agenda oceânica com protagonismo dos povos do mar

setembro 25, 2025

Coalizão COPMar, da qual CI-Brasil faz parte, assina carta em defesa da justiça climática e oceânica na COP30 

Belém, 25 de setembro de 2025 - Na última quinta-feira (17), representantes da Coalizão COPMar – De Nice a Belém, formada por organizações da sociedade civil e movimentos dos povos do mar, participaram de uma reunião com Ana Toni, Secretária Executiva da COP30, para apresentar recomendações para o fortalecimento da agenda oceânica na Conferência do Clima da ONU, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA). A Conservação Internacional (CI-Brasil) integra a Coalizão e está entre as organizações signatárias da carta entregue. 

O documento ( Contribuições para o fortalecimento da agenda oceânica na COP30) ressalta que a COP30 representa uma oportunidade histórica para integrar efetivamente o oceano e ecossistemas costeiros às soluções climáticas globais, tanto pela sua capacidade de mitigação e adaptação quanto pela sua relação vital com a segurança alimentar, a geração de renda e a resiliência das comunidades tradicionais. 

Entre as principais recomendações estão: 

  • Reconhecer pescadores e pescadoras artesanais, marisqueiras, quilombolas, indígenas e comunidades costeiras como titulares de direitos; 

  • Garantir participação ativa desses grupos nos processos decisórios; 

  • Reforçar a agenda oceânica da Conferência, dando destaque equivalente ao das florestas tropicais a ecossistemas como manguezais, recifes de corais, gramíneas marinhas e o mar profundo; 

  • Assegurar que a transição energética marinha seja justa, sem ampliar desigualdades nem comprometer territórios sensíveis; 

  • Avançar em compromissos nacionais como o Planejamento Espacial Marinho (PEM) e a ampliação de áreas marinhas protegidas. 

Para a CI-Brasil, o fortalecimento da agenda oceânica precisa estar alinhado à justiça climática e social. Como reforça Nátali Piccolo, diretora de Conservação Marinha e Costeira da organização: 

“Todo processo de planejamento para ações de mitigação e adaptação climática precisa adotar salvaguardas socioambientais que garantam espaços de escuta e participação efetiva das comunidades tradicionais, com especial destaque para jovens e mulheres. Também é essencial assegurar a transparência das decisões e dos processos de implementação”. Nátali explica que metodologias de planejamento devem considerar os cenários de mudanças climáticas, pois não é possível falar em adaptação e mitigação sem projetar os impactos futuros. “Planejar no presente exige reconhecer que o futuro já está em transformação”, finaliza Piccolo. 

A CI-Brasil atua junto à Coalizão COPMar ao lado de organizações como Painel Brasileiro para o Futuro do Oceano (PainelMar), WWF Brasil, Liga das Mulheres pelo Oceano, Greenpeace Brasil, Rare Brasil, Voz dos Oceanos, Instituto Linha D’Água, Projeto Ilhas do Rio, Instituto Internacional Arayara e CONFREM Brasil. 

 

Contatos para imprensa

Inaê Brandão – Coordenadora de Comunicação
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