Conservação Internacional participa de oficina que consolida parâmetros mínimos para registro das iniciativas de restauração no Brasil
agosto 14, 2025
Registro de projetos na plataforma de monitoramento do Observatório da Restauração e Reflorestamento passará a contar com atributos mínimos, o que possibilitará análises mais consistentes sobre o progresso rumo à meta nacional prevista no Planaveg.
Oficina reuniu representantes de diferentes organizações para avançar na definição de critérios que garantam qualidade, transparência e credibilidade ao monitoramento da restauração. Foto: Divulgação.
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2025 - Nos dias 14 e 15 de agosto, a Conservação Internacional (CI-Brasil) participou da Oficina para Definição de Parâmetros Nacionais de Monitoramento da Restauração, promovida pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura por meio do Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR). Realizado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, o encontro reuniu representantes de organizações envolvidas na agenda para avançar na definição de atributos para registro de iniciativas nacionais que assegurem qualidade, transparência e credibilidade dos dados para o avanço do monitoramento em larga escala da restauração no país.
Da CI-Brasil, participaram Bruno Coutinho, diretor de Gestão de Conhecimento, Ludmila Pugliese, diretora de Restauração de Paisagens e Florestas, e Akel Saliba, coordenador de Ciência da Geoinformação. Também estiveram presentes os seis coletivos biomáticos pela restauração - Rede Sul de Restauração Ecológica, Rede Araticum, Rede para a Restauração da Caatinga, Aliança pela Restauração da Amazônia, Pacto pela Restauração do Pantanal e Rede pela Restauração da Mata Atlântica - além de parceiros estratégicos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e Sociedade Brasileira para a Restauração (SOBRE).
Durante os dois dias, foram debatidos desde os bancos de dados espaciais de restauração até os parâmetros técnicos que qualificam as informações enviadas à plataforma de monitoramento do Observatório, passando pelos limites de biomas e próximos passos de mobilização. O grande avanço foi o consenso sobre os parâmetros mínimos necessários para registrar iniciativas no ORR. Pela primeira vez, o Brasil contará com regras claras e compartilhadas para o cadastro dessas iniciativas, fortalecendo a base de dados e possibilitando análises consistentes sobre o progresso da restauração. O BNDES anunciou que pretende adotar esses parâmetros em futuros editais de apoio à restauração, reforçando a relevância do acordo.
“Esse consenso é um marco para a agenda da restauração no Brasil. A partir dele, teremos dados padronizados e qualificados sobre os projetos em andamento no país, o que dará mais robustez às informações, credibilidade ao monitoramento e precisão nas análises. A CI-Brasil e seus parceiros desempenharam um papel importante em articular esse diálogo e assegurar que diferentes vozes estivessem representadas no processo”, destacou Bruno Coutinho.
A sistematização desses critérios foi resultado de um esforço coletivo empregado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e União Pela Restauração (U4R), formada pela CI-Brasil, TNC-Brasil, WRI-Brasil e WWF-Brasil. A U4R teve um papel estratégico na coordenação da força-tarefa criada para revisar, coletar e qualificar os dados, estabelecendo atributos mínimos de qualidade para os registros de iniciativas de restauração na plataforma do ORR.
Com base na tabela de atributos, será possível identificar, por exemplo, o principal motivo da restauração - seja ela compulsória, como nos casos de compensações ambientais ou penalidades, ou voluntária. Essa distinção permitirá diferenciar iniciativas, facilitando a integração com plataformas governamentais sobre atividades obrigatórias e evitando sobreposições de áreas. Assim, a plataforma do ORR se consolida cada vez mais como ferramenta essencial para acompanhar o avanço rumo à meta de restaurar 12 milhões de hectares previsto no Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg).
O aperfeiçoamento do Observatório faz parte da abordagem política da CI-Brasil, no qual um dos objetivos é subsidiar a tomada de decisão em nível subnacional ou nacional. Com isso, ajuda o país a avançar nos compromissos relacionados à crise do clima e da biodiversidade. Ao sediar o evento, o Museu do Amanhã se consolida cada vez mais como espaço de diálogo científico e difusão da sustentabilidade.
Plataforma de Monitoramento do Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR)
Lançada em 2021, a plataforma do ORR centraliza informações sobre iniciativas de restauração, reflorestamento (silvicultura) e vegetação secundária no país. A plataforma é hoje a principal referência nacional para monitorar dado de projetos voluntários, atuando de forma complementar a bases governamentais como SICAR e TerraClass/INPE e fortalecendo a transparência e governança multissetorial.
Previsto no Planaveg, o Observatório é estratégico para o acompanhamento da meta brasileira de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa e já está integrado a plataformas globais, como o FERM/FAO, reforçando o protagonismo do Brasil na Década da ONU da Restauração. O grupo gestor do ORR é composto por CI-Brasil, WWF-Brasil, TNC-Brasil, WRI-Brasil, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
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