Evento celebra 25 anos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e destaca importância da conectividade entre as áreas protegidas

julho 31, 2025

Programação contou com apoio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil)

Miguel Calmon

Rio de Janeiro, julho de 2025 – Nos dias 15, 16 e 17 de julho, o Rio de Janeiro sediou o 8º Encontro do Fórum de Gestores do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e a cerimônia de comemoração dos 25 anos do SNUC.

A programação aconteceu no Parque Nacional da Tijuca e reuniu representantes de todos os estados da Amazônia Legal, lideranças do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e especialistas no tema.

O evento trouxe reflexões e debates técnicos sobre o papel estratégico das Unidades de Conservação (UCs) no combate às crises do clima e da biodiversidade, responsáveis por impactos diretos ao bem-estar da população.

Dentre as iniciativas destacadas no evento, estavam as trilhas de longo curso, caminhos que têm como objetivo criar corredores ecológicos entre as UCs, apoiando a conectividade dentre as áreas.  A criação das trilhas de longo curso integra o Programa Nacional de Conectividade de Paisagens (Conecta), instituído pela Portaria MMA nº 75, de 26 de março de 2018.

Em sua primeira fase, o projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) apoiou a implementação de duas trilhas dessa categoria na Amazônia: a Trilha Chico Mendes, no estado do Acre, e a Trilha Amazônia Atlântica, no estado do Pará.

Foram apoiadas ações e atividades de capacitação comunitária, melhorias no monitoramento, sinalização e infraestrutura das trilhas para garantir a melhor experiência aos visitantes, ao mesmo tempo em que a natureza é protegida.

“Em um cenário de fragmentação crescente de habitats, especialmente na Amazônia, essas rotas cumprem um papel estratégico ao integrar conservação, sensibilização e valorização cultural dos territórios”, afirma Laura Lamonica, diretora de Soluções para o Clima da Conservação Internacional (CI-Brasil).  “Ao apoiar esse tipo de iniciativa, o projeto ASL Brasil demonstra como a gestão integrada da paisagem pode gerar resultados duradouros para as pessoas e para o planeta”, completa Laura.

Além do apoio direto ao fortalecimento da conectividade territorial, a atuação do ASL Brasil em UCs envolve a criação, consolidação e gestão participativa das áreas protegidas; o fortalecimento das estruturas de governança e gestão; apoio à restauração florestal e ao manejo sustentável; capacitação de atores locais; e articulação institucional para garantir a conservação em escala de paisagem.

O projeto também apoiou a realização do evento, oportunidade para aprofundamento das discussões técnicas sobre o tema. A programação incluiu mesas com especialistas brasileiros em gestão territorial integrada, como Samuel Schwein, do MMA, Miguel Andrade, da Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, Ara Vasco, do ICMBio, e Sérgio Henrique, da Rede Brasileira de Trilhas.

“Foram debates ricos com foco em conexão e integração desses territórios e melhoria das paisagens, objetivo central do ASL Brasil”, avaliou o coordenador-geral de gestão do SNUC no MMA, Bernardo Issa de Souza.

A ministra Marina Silva, presente na cerimônia de encerramento do evento, reforçou que o Brasil conta hoje com 3.185 Unidades de Conservação,  somando 2,6 milhões de km² de áreas protegidas – um crescimento de quase 245% desde a criação do SNUC em 2000. “Esses 25 anos continuam nos instando a construir novos caminhos, atualizando, mas também aprendendo novas maneiras de caminhar nas mesmas trilhas que já existem”, afirmou.

O evento também contou com o lançamento do Guia de Sinalização para Rotas de Cicloturismo e Trilhas de Ciclismo de Montanha do Brasil, e homenagens a figuras históricas da conservação, como Chico Mendes e Niède Guidon. A exposição fotográfica “Unidades de Conservação: Integração e Conexão com a Natureza”, no Centro de Visitantes do Parque Nacional da Tijuca, permanece aberta ao público por cerca de um mês.

Para além da celebração e das discussões especializadas, a tônica do evento foi a construção de futuros. “Cada pedaço importa e cada hectare, área e metro quadrado que a gente conquista para a conservação, estamos conquistando para a sociedade brasileira e, claro, em um mundo com mudanças climáticas, estamos conquistando para o mundo também, porque essas áreas têm relevância e impacto para o planeta”, afirmou Rita Mesquita, secretária nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais.

SOBRE O PAISAGENS SUSTENTÁVEIS DA AMAZÔNIA (ASL BRASIL)

A Amazônia é essencial para a vida no mundo, mas sua paisagem está passando por mudanças que ameaçam seus ecossistemas. Para reverter esse cenário e contribuir com sua conservação e restauração, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por meio da Secretaria de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais (SBio/MMA), coordena o Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil), executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV Europe), em parceria com Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMAs) e órgãos federais responsáveis pela gestão de áreas protegidas.

O ASL Brasil se insere no Programa Regional ASL, implementado pelo Banco Mundial (BM) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que inclui projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Juntos, essas ações visam melhorar a gestão integrada da paisagem na Amazônia.

 

Contatos para imprensa

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