Armadilhas fotográficas registram fauna em área de restauração da Floresta Nacional do Bom Futuro, em Rondônia
julho 31, 2025
Presença de onça-pintada e de outros animais é indicador positivo da recuperação da área

Porto Velho – RO, 31 de julho de 2025 – Armadilhas fotográficas registraram, nos últimos dois meses, a presença de fauna silvestre em áreas sob restauração ativa na Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, Unidade de Conservação (UC) localizada a cerca de 80 quilômetros de Porto Velha, em Rondônia.
Os registros integram atividades de monitoramento das áreas em restauração do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) no estado, realizadas pela organização parceira Ecoporé.
A presença de uma onça-pintada (Panthera onca) é considerada, de acordo com informações da organização, um relevante indicador ecológico da área, visto que se trata de um predador de topo de cadeia alimentar que depende de áreas extensas e bem conservadas para sobreviver.
Além da onça-pintada, foram documentadas outras espécies, como o porco-do-mato-queixada (Tayassu pecari), macaco-aranha (Ateles chamek), anta (Tapirus terrestris), tatu-canastra (Priodontes maximus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), azulona (Tinamus tao) e o jacamim-de-costas-verdes (Psophia viridis). Muitas das espécies são bioindicadores de ambientes conservados ou em estágio avançado de regeneração.
De acordo com a Ecoporé, foi utilizado o protocolo avançado de monitoramento de mamíferos e aves, adaptado do Programa Monitora, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), método que adota o Protocolo Tropical Ecology Assessment & Monitoring Network (TEAM) com instalação de câmeras em pontos distribuídos a cada 2 km². Os equipamentos permanecem no campo por 30 a 40 dias, registrando automaticamente os animais que cruzam o campo de visão.
RESTAURAÇÃO NA FLONA
Na Flona, estão sendo restaurados cerca de 285 hectares de floresta em parceria com o ICMBio. Com o apoio do projeto na realização de estudos e consultas públicas, a Flona também será palco da primeira concessão florestal federal. Gerido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o instrumento permite ao governo ceder o uso de florestas públicas a terceiros, voltada exclusivamente à restauração ecológica no país.
A restauração é feita por variados métodos, como a muvuca de sementes, o plantio direto de mudas nativas e a regeneração natural assistida. A escolha leva em conta o grau de degradação da área, a janela climática, a disponibilidade de sementes e mudas de espécies nativas, além de ser definida em diálogo com as comunidades locais, gestores das áreas públicas e proprietários rurais em propriedades privadas.
SOBRE O PAISAGENS SUSTENTÁVEIS DA AMAZÔNIA (ASL BRASIL)
A Amazônia é essencial para a vida no mundo, mas sua paisagem está passando por mudanças que ameaçam seus ecossistemas. Para reverter esse cenário e contribuir com sua conservação e restauração, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, por meio da Secretaria de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais (SBio/MMA), coordena o Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil), executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV Europe), em parceria com Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMAs) e órgãos federais responsáveis pela gestão de áreas protegidas.
O ASL Brasil se insere no Programa Regional ASL, implementado pelo Banco Mundial (BM) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que inclui projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Juntos, essas ações visam melhorar a gestão integrada da paisagem na Amazônia.
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Inaê Brandão – Coordenadora de Comunicação
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