[CI-BRASIL NA UNOC] Brasil adere ao Mangrove Breakthrough e impulsiona uma virada global pela proteção dos manguezais

junho 10, 2025

Assinatura foi realizada durante a Conferência da ONU sobre o Oceano (UNOC), reafirmando o protagonismo climático do país às vésperas da COP30 

Nice, França, 9 de junho de 2025 – Em um momento decisivo para a ação climática global, o Brasil anunciou hoje, durante a Conferência da ONU sobre o Oceano (UNOC), sua adesão oficial à iniciativa Mangrove Breakthrough, um esforço internacional que visa proteger e restaurar 15 milhões de hectares de manguezais até 2030, mobilizando US$ 4 bilhões em financiamento. 

A entrada do Brasil marca um passo estratégico rumo à COP30, que será realizada em Belém do Pará. Como anfitrião do encontro climático mais importante da década, o país envia um recado claro: proteger os manguezais é fundamental para cumprir metas de clima, biodiversidade e desenvolvimento sustentável. 

“A proteção dos manguezais só é possível com o protagonismo das comunidades locais”, afirma Nátali Piccolo, Diretora de Conservação Marinha e Costeira da Conservação Internacional (CI-Brasil). “Atividades como pesca, coleta, turismo comunitário e sustentam populações locais e garantem a preservação desses ecossistemas.” 

Com mais de 7.600 km² de manguezais, o Brasil detém a segunda maior extensão desse ecossistema no mundo, atrás apenas da Indonésia. Esses ambientes costeiros estão presentes em 16 dos 17 estados litorâneos e integram 123 Unidades de Conservação Marinhas, sendo essenciais para a pesca artesanal, a segurança alimentar e a proteção contra eventos climáticos extremos. No Norte do país, está localizada a maior faixa contínua de manguezal do planeta. 

POLÍTICAS NACIONAIS PARA OS MANGUEZAIS  
O Brasil já vinha demonstrando avanços significativos: em junho de 2024, o governo federal lançou o ProManguezal, Programa Nacional para a Conservação e o Uso Sustentável dos Manguezais, e criou duas unidades de conservação no Pará, ampliando em 74.700 hectares a área protegida. Além disso, a atual NDC brasileira (Contribuição Nacionalmente Determinada, traduzida do inglês) prevê a redução de 59% a 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2035, com os manguezais sendo peças-chave na estratégia de mitigação e adaptação. 

Apesar dos avanços, cerca de um quarto dos manguezais brasileiros já foi perdido desde o início do século XX, pressionado por atividades como carcinicultura e urbanização desordenada. O apoio da Mangrove Breakthrough pode ser decisivo para reverter esse quadro, promovendo cooperação entre governos, sociedade civil, pesquisadores e financiadores. 

“A iniciativa ProManguezal representa um avanço significativo na política de conservação costeiro-marinha do Brasil, ao mesmo tempo em que fortalece uma aliança vital entre políticas públicas e comunidades locais,” afirma a diretora de Conservação Marinha e Costeira da Conservação Internacional (CI-Brasil).  

A adesão brasileira fortalece a Força-Tarefa NDC Mangrove Breakthrough, lançada recentemente para apoiar os países no alinhamento de suas metas de restauração de manguezais com os compromissos do Acordo de Paris. A força-tarefa reúne especialistas, promove o compartilhamento de dados e articula a integração efetiva desses ecossistemas às NDCs de 2025. 

Como sede da próxima COP, o Brasil se posiciona agora como líder na agenda costeira e oceânica, pavimentando o caminho para que mais países reconheçam os manguezais como aliados estratégicos na ação climática. 

 

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