Trilha Chico Mendes é fortalecida com apoio da Conservação Internacional

Ações realizadas por meio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) visam melhorias na sinalização da trilha e capacitação de comunitários 

Acre, 09 de maio de 2025 – A Trilha Chico Mendes, localizada na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre, vai além de um simples atrativo turístico. Com 90 km de extensão, ela representa um elo entre a história de luta pela conservação ambiental e a biodiversidade da Amazônia. 

A Conservação Internacional (CI-Brasil) apoiou o fortalecimento da trilha, as atividades foram realizadas com apoio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) — uma iniciativa do Governo Federal, em colaboração com governos estaduais e municipais — em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O projeto tem impulsionado ações de conservação e desenvolvimento sustentável na região. 

“O apoio inclui o mapeamento da trilha, a capacitação comunitária, a sinalização e a melhoria da infraestrutura para garantir a melhor experiência possível aos visitantes, ao mesmo tempo em que conserva a floresta”, afirma Symone Falcão, Coordenadora de Projetos da Conservação Internacional. Segundo Symone, a trilha é vista como uma ferramenta crucial para valorizar a biodiversidade, promover o manejo sustentável da floresta, fortalecer as associações comunitárias, gerar renda sustentável e preservar a memória histórica de Chico Mendes, ícone da defesa da floresta. 

“Esse projeto (da trilha) vai trazer mais conhecimento para o Brasil e para o mundo, a partir da visita turística. Muitas personalidades conhecem a reserva apenas por informação, por leitura, mas não vivenciaram a experiência, botando a mão na massa, os pés dentro da reserva, caminhando nessa realidade. Isso, sem dúvida, vai ajudar a fortalecer todos os mecanismos que hoje existem em defesa desse legado que Chico Mendes e seu povo construíram, e deixaram para as gerações presentes e futuras”, diz Raimundo Mendes de Barros (Seu Raimundão), seringueiro, extrativista e liderança comunitária da Resex Chico Mendes, em Xapuri (AC). 

A trilha oferece aos visitantes uma experiência rica em turismo sustentável. Além de ser um destino popular para a observação de aves (birdwatching), os turistas podem explorar o trecho dos Geoglifos — misteriosos desenhos geométricos feitos no solo há mais de 2 mil anos. Nesse percurso, os visitantes têm a oportunidade de vivenciar a cultura local por meio da hospedagem comunitária, com as famílias da Resex Chico Mendes assumindo a gestão das acomodações e proporcionando uma imersão autêntica na vida e nas tradições locais. 

RESERVAS EXTRATIVISTAS E O TURISMO SUSTENTÁVEL 

As Reservas Extrativistas (RESEX), como a Resex Chico Mendes, desempenham um papel fundamental no contexto do turismo sustentável, pois são áreas protegidas geridas com a participação das comunidades locais. O modelo de gestão adotado pelas RESEX permite que as populações da região gerem renda por meio do uso sustentável dos recursos naturais, como o turismo, ao mesmo tempo em que preservam a biodiversidade e fortalecem suas culturas locais. Esse modelo oferece um caminho viável para a sustentabilidade econômica e ambiental da Amazônia. 

SOBRE O PROJETO PAISAGENS SUSTENTÁVEIS DA AMAZÔNIA (ASL BRASIL)   

O Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) é uma ação do Governo Federal coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, implementado pelo Banco Mundial e executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV Europe). É operacionalizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e órgãos estaduais de Meio Ambiente do Acre (AC), Amazonas (AM), Pará (PA) e Rondônia (RO).  

 O Paisagens Sustentáveis da Amazônia se insere no Programa ASL Regional, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo Banco Mundial (BM), que inclui projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Juntos, visam melhorar a gestão integrada da paisagem na Amazônia.