Evento em Brasília discute condições estruturantes para promover a restauração em larga escala no Brasil

abril 5, 2024

Brasília, 21 de março de 2024 - Em parceria com o Departamento de Florestas da Secretaria de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a Conservação Internacional (CI-Brasil) promoveu de 18 a 21 de março um workshop em Brasília para discutir as condições estruturantes para promoção da restauração em larga escala no Brasil. 
O governo brasileiro assumiu internacionalmente no Acordo de Paris, no Desafio de Bonn e na Iniciativa 20x20, o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares até 2030 e assim ajudar a frear os efeitos mais graves da crise climática. Para isso, foi criada a Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PROVEG) e o Plano Nacional de recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG), seu principal instrumento. 
Em parceria com o MMA, ICMBIO, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), a União pela Restauração, composta por CI-Brasil, TNC Brasil, WRI Brasil e WWF-Brasil, trabalha na elaboração e planejamento de uma iniciativa que promova as condições estruturantes para a restauração em larga escala no Brasil, por meio de recursos captados junto ao Global Environment Fund (GEF), no âmbito do Programa Integrado Restauração de Ecossistemas. Esta iniciativa é intitulada“União pela Restauração - Habilitando restauração em larga escala por meio da política nacional de recuperação da vegetação nativa no Brasil – Restaura Biomas."
O projeto espera envolver o sector privado através do fortalecimento da cadeia da restauração, criando mercados e modelos de negócios para produtos e serviços de restauração. Ele também envolverá as comunidades locais e garantirá que consultas e salvaguardas sejam seguidas em todos esses compromissos, sempre que as atividades do projeto ocorrerem em seus territórios ou para garantir que as oportunidades criadas pela iniciativa gerem benefícios de forma equitativa. A iniciativa tem como metas alcançar 600 mil hectares em processo de restauração, 1,2 milhões hectares onde são empregadas melhores práticas de manejo, a mitigação da emissão de 15 milhões de toneladas de CO2 e beneficiar 200 mil pessoas. 
"Com os efeitos da crise climática cada vez mais presentes em nossas vidas, precisamos de ações coordenadas entre múltiplos atores, para dar escala à restauração de paisagens no Brasil, inclusive com benefícios socioeconômicos. Durante a semana em Brasília, as equipes de trabalho alcançaram importantes encaminhamentos das várias necessidades deste projeto financiado pelo GEF e que será peça chave para a implementação do PLANAVEG. Os objetivos são ousados e o projeto ajuda estrategicamente o Brasil a cumprir acordos internacionais de recuperação da vegetação e assim contribuir para os resultados almejados nas agendas de clima, biodiversidade e desenvolvimento socioeconômico", afirma Mauricio Bianco, vice-presidente da Conservação Internacional. 
Ao todo, 44 especialistas participaram da reunião focada em detalhar as ações do projeto; desenhar e validar ações estratégicas para cada componente, assegurando que eles estejam alinhados com os objetivos do projeto; e definir as etapas finais e as próximas etapas após o workshop, incluindo a consolidação das sugestões, as próximas ações e a colaboração contínua entre os participantes e as organizações envolvidas.
O projeto está sendo desenhado em conjunto com representantes dos Coletivos da Restauração dos cinco Biomas: Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, Rede de Restauração Ecológica da Caatinga, Rede Sul de Restauração Ecológica, Articulação pela Restauração do Cerrado (Araticum), Aliança pela Restauração da Amazônia, Pacto pela Restauração do Pantanal, além das organizações do governo, como o Ibama, ICMBio, MDA, MAPA, Funai, SFB e a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, WWF, WRI, TNC e SOBRE.

 

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Inaê Brandão – Coordenadora de Comunicação
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