CI-Brasil na COP: Ampliando soluções baseadas na natureza por meio de capital financeiro e inovação - Accelerating Forest Restoration Through Private Sector Engagement for Climate and Biodiversity Goals

dezembro 8, 2023

Dubai, 9 de dezembro de 2023 - As soluções baseadas na natureza podem representar pelo menos 30% da ação climática e, no entanto, recebem menos de 3% do financiamento. O painel “Ampliando soluções baseadas na natureza por meio de capital financeiro e inovação”, debatido neste sábado (09), e proposto pela CI-Brasil na COP28, explorou modelos de negócio inovadores para compreender o papel do setor privado, na condução dos financiamentos necessários para acelerar a ação climática através de soluções baseadas na natureza.

Nos últimos anos, surgiram modelos de negócios com proposta de valor diferentes. Com apenas alguns anos de funcionamento, algumas destas iniciativas conseguiram garantir investimentos significativos para conservar, restaurar e melhorar a gestão da terra.

Miguel Moraes, Diretor Sênior de Programas da CI-Brasil, iniciou o debate trazendo a necessidade de expandir a visão de investidores sobre como as soluções baseadas na natureza podem ser um investimento sólido.”Sabemos que podemos tentar diminuir isso com políticas públicas e outras ações. E também sabemos, que o financiamento estatal não consegue cobrir a conta, por isso, precisamos de mais financiamento”.

Além dos benefícios para o clima, as Soluções Baseadas na Natureza proporcionam outros benefícios que impactam a natureza e as pessoas: aumento da biodiversidade, água e ar limpos, saúde e bem-estar, geração de emprego e justiça ambiental.

Erin Goodhand, Diretora de Sustentabilidade Priceless Planet Coalition da Mastercard, ressaltou que no campo de vista de investimento em restauração, a Mastercard iniciou suas ações visando endereçar ações concretas contra à crise climática. “Também optamos por esse caminho ao perceber que nossos doadores se mobilizavam mais com esse tipo de impacto”.

A CI-Brasil é parceira executora da Priceless Planet Coalition, uma iniciativa lançada pela Mastercard para concentrar os esforços e recursos de sua rede - um coletivo diversificado de empresas, bancos, comerciantes, cidades e consumidores - e acelerar o impacto positivo em relação às mudanças climáticas.

A tecnologia chegou como uma forte aliada para alcançar escala com qualidade nas práticas de restauração da Mombak que visa investidores que sabem que a restauração pode realizar no sentido de impacto. Peter Fernandez, CEO da empresa, ressalta que o que desejam entregar é alto nível de restauração, em larga escala e com comprovação científica. “E fazemos isso em parceria com organizações como a Conservação Internacional (CI-Brasil)”.

Thiago Picolo, CEO da Re.green,  concorda que grande parte dos desafios se resume em contruir ações em larga escala. “O que gostaríamos de fazer é mostra que é possível fazer negócios, reconstruindo o verde no Brasil”, encerra.

Como explorado no painel, para acelerar a ação climática através de soluções baseadas na natureza, é necessário desbloquear  outras fontes de financiamentos. O setor público é necessário para reforçar os quadros políticos e para garantir a existência dos incentivos adequados. Mas podem não ser suficientes para produzir um impacto de qualidade com a escala e a velocidade necessárias para enfrentar a crise climática e de biodiversidade.

Sobre isso, Mark Wishnie, CSO do Timberland Investment Group, concorda que o setor privado não consegue se responsabilizar sozinho, embora tenha um papel importante. “O setor privado pode ser o combustível que alimenta a engrenagem da restauração”.

Esse é o exemplo do "Projeto Alfa", localizado no estado brasileiro do Mato Grosso do Sul, tem como objetivo proteger e restaurar a natureza em uma área com aproximadamente 9 mil hectares - e encontrar novas maneiras de financiar a conservação e restauração. Concebido pelo

BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG), com a ajuda da Conservação Internacional, que nos próximos cinco anos, planeja garantir US$ 1 bilhão de investidores para plantar, conservar e restaurar cerca de 275 mil hectares de terras degradadas no Brasil, Uruguai e Chile.

Bianca Conde, Gerente Geral de Sustentabilidade Corporativa do Fundo Vale, encerra ressaltando que parceria é o caminho para seguir. “ONGs, governos e setor privado, todos temos um papel a ser cumprido para enfrentar a crise climática e precisamos fazer em escala e rápido”.

 

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