Mega Rio

 

Cidades Saudáveis, Sustentáveis e Resilientes

A Cidade Maravilhosa é um dos cartões-postais mais conhecidos do mundo e impressiona com sua geografia de encontro do mar com a montanha. Mas o que normalmente o turista não conhece é que o Rio de Janeiro possui uma relação um tanto complexa com a água, em suas diferentes manifestações. Determinante para o bem-estar humano na grande metrópole carioca, a água tem sido motivo de atenção por sua escassez ou abundância, ou ainda pela degradação de sua qualidade.

A mesma cidade que há mais de 150 anos testemunhou uma ação de reflorestamento pioneira de suas encostas para combater a escassez de água, hoje depende de um único manancial - a bacia hidrográfica do Rio Guandu - que com a transposição de águas do rio Paraíba do Sul responde pelo abastecimento de 85% da população de sua região metropolitana.

Essa é também a mesma região que sofre há décadas com desastres naturais - deslizamentos e inundações, principalmente - na época das chuvas. Esses fenômenos vêm se agravando em função do crescimento urbano desordenado e do aumento da frequência de eventos climáticos extremos.

No centro desse território, temos a Baía de Guanabara, que é um ícone regional do patrimônio natural e cultural, mas não de qualidade ambiental: suas águas estão poluídas e recebem esgoto e muito lixo dos municípios circundantes.

A água e as cidades

A região do Mega Rio é formada por 30 municípios situados no entorno da Baía de Guanabara e das bacia hidrográficas do Rio Guandu, Rio Guapiaçu e Rio Piabanha, contendo uma população de aproximadamente 13 milhões de habitantes. Nesta região os principais remanescentes de Mata Atlântica fazem parte de um extenso conjunto de áreas protegidas, totalizando 109 mil hectares em unidades de conservação de proteção integral e 315 mil hectares em unidades de uso sustentável.

Seja nas áreas rurais adjacentes ou no interior da grande metrópole, a água é um elemento fundamental para a conformação de cidades saudáveis, sustentáveis e resilientes. A CI-Brasil acredita que com uma abordagem integrada de proteção e recuperação de ecossistemas-chave, aliada à promoção de práticas produtivas sustentáveis, com fomento a mecanismos de governança participativos e transparentes, é possível avançar no sentido de cidades mais resilientes e saudáveis no território do Mega Rio.

Nesse sentido, o Rio de Janeiro se junta ao programa global de cidades sustentáveis da CI por meio de duas iniciativas que buscam troca de experiências e soluções comuns: a Aliança Águas e Cidades e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável no Brasil (SDSN do inglês, Sustainable Development Solutions Network). A Aliança Águas e Cidades une o Rio de Janeiro, Bogotá e Cidade do México em uma rede de troca de experiências para a construção e gestão de cidades resilientes. O Rio também é a cidade-referência da SDSN no Brasil, que segue o tema “Cidades Sustentáveis: Inclusivas, Resilientes e Conectadas” e tem a CI-Brasil como uma das instituições coordenadoras.

Nosso objetivo

Contribuir para tornar a região do Mega Rio mais saudável, sustentável e resiliente especialmente no que diz respeito à segurança do abastecimento hídrico e à prevenção e redução riscos associados aos desastres naturais relacionados à água, para a melhoria do bem-estar da população da região.

Nossa estratégia

  • Estabelecer e fortalecer parcerias com municípios para o fomento de planos municipais de adaptação às mudanças climáticas;
  • Implementar demonstrações de projetos de adaptação baseada em ecossistemas, especialmente no que se refere à gestão da disponibilidade hídrica e à redução de riscos associados a desastres naturais como deslizamentos e enchentes;
  • Desenvolver técnicas e promover estratégias de restauração florestal em áreas de cabeceiras de rios, de modo a maximizar a conectividade biológica e a provisão de serviços ecossistêmicos nessas áreas;
  • Encorajar e qualificar instâncias participativas de governança, especialmente relacionadas à gestão da água;
  • Contribuir para o aprimoramento da efetividade da gestão das áreas protegidas, fomentando o intercâmbio de experiências e a cooperação entre gestores.