Adaptação Baseada em Ecossistemas para reduzir os efeitos das Mudanças Climáticas

 

As mudanças climáticas são um dos grandes desafios dos nossos tempos e precisamos agir para ajudar as pessoas a se prepararem para estas mudanças. Acreditamos que a abordagem de Adaptação Baseada em Ecossistemas (ABE) pode auxiliar nessa transformação. ABE consiste no “uso da biodiversidade e serviços ecossistêmicos como parte de uma estratégia mais abrangente para ajudar pessoas a se adaptarem aos efeitos adversos das mudanças do clima”. Este trabalho visa desenvolver estratégias para reduzir a vulnerabilidade de comunidades e entender o real potencial da ABE.

Desenvolvido com financiamento do Ministério do Meio Ambiente, Conservação e Segurança Nuclear da Alemanha, este projeto foi implementado no Brasil, nas Filipinas e na África do Sul. O primeiro passo foram as análises de vulnerabilidade, elemento essencial de uma estratégia de adaptação às mudanças climáticas. Essa análise identificou os prováveis impactos das mudanças climáticas e as consequências destas para as populações humanas, ecossistemas e serviços ecossistêmicos, tais como água, proteção costeira e polinização. Esta análise guiou a identificação das estratégias de ABE adequadas e as ações necessárias para reduzir os impactos.

Em cada um dos três países foram implementados dois projetos piloto de ABE, selecionados com base nos resultados da análise de vulnerabilidade e parcerias locais. Além disso, a análise de custo/efetividade de uma destas estratégias está sendo feita. Da mesma forma que as análises de vulnerabilidade oferecem informações que podem ajudar a delinear políticas nacionais de adaptação, os resultados dos projetos piloto, em termos de custos, efetividade e co-benefícios podem subsidiar a Política Nacional sobre Mudança do Clima, oferecendo um comparativo com estratégias mais tradicionais de adaptação. Através do engajamento e participação em fóruns internacionais, as lições deste projeto contribuem também para diálogos globais.

Resultados esperados:

  • Estratégia para ampliar a resiliência de recifes de coral e  promover a proteção costeira no Extremo Sul da Bahia desenvolvida através de um plano específico para o manejo dos peixes herbívoros, sendo o principal o budião-azul (Scarus trispinosus), que promovem o equilíbrio no crescimento de algas e corais, mantendo a capacidade dos recifes de se adaptarem às mudanças no clima;
  • Inclusão de ABE no Plano Municipal de Proteção e Restauração da Mata Atlântica (PMMA) de Porto Seguro, o primeiro no Brasil a contar com a abordagem de ABE na sua construção.

Parcerias: Prefeitura Municipal de Porto Seguro, Gamba, SOS Mata Atlântica, Movimento de Defesa de Porto Seguro, UFSC e USP/IO.