Conservação Internacional (CI-Brasil) participa da celebração dos 20 anos do Diálogo Florestal em evento com foco em soluções para conservação da biodiversidade

maio 27, 2025

Representantes da CI-Brasil reforçaram compromisso com a cadeia produtiva sustentável na Amazônia durante importantes debates estratégicos compilados em relatório lançado no último Dia Internacional da Biodiversidade.

João Augusti (Bracell), Miriam Prochnow (APREMAVI), André Guimarães (IPAM), Beto Mesquita (CI-Brasil), Miguel Calmon (CI-Brasil) e Fernanda Rodrigues (Diálogo Florestal) participam de mesa do evento. Crédito: Diálogo Florestal.

Santarém – PA, 27 de maio de 2025 - Entre os dias 8 e 11 de abril, representantes da Conservação Internacional (CI-Brasil) participaram do Encontro Nacional que marcou os 20 anos do Diálogo Florestal – uma iniciativa pioneira na construção de diálogos entre organizações da sociedade civil, setor privado e academia em prol da conservação das florestas brasileira. Realizado em Alter do Chão, Santarém (PA), no ano em que o estado do Pará será sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), o evento teve como tema central a biodiversidade. Mais de 60 representantes entre membros dos sete Fóruns Florestais e especialistas convidados estiveram presentes. 

A programação do evento incluiu painéis, oficinas e atividades de campo que aprofundaram discussões sobre estratégias de conservação, métricas de biodiversidade, instrumentos de reporte ambiental e o fortalecimento da governança florestal, passando por debates relacionados às Conferências de Clima (COPs) e a Estratégia e Plano de Ação Nacional para a Biodiversidade (EPANB). 

Representaram a CI-Brasil no encontro Beto Mesquita, diretor de Paisagens Sustentáveis, Miguel Calmon, diretor sênior de Programas e Ludmila Pugliese, diretora de Restauração de Paisagens e Florestas. Beto e Miguel, que estão entre os fundadores do Diálogo, participaram da mesa especial “Diálogo de Saberes”, refletindo sobre a trajetória da iniciativa e os desafios futuros para a conservação da biodiversidade no país. 

“Celebrar os 20 anos do Diálogo Florestal na Amazônia, em um momento tão estratégico para o Brasil e o mundo, reforça a importância de escutarmos quem está no território, de promovermos soluções baseadas na natureza e de construirmos pontes entre diferentes setores em torno da conservação. O Diálogo sempre foi sobre isso: escuta, troca e ação coletiva”, destacou Beto. 

No dia 22 de maio, Dia Internacional da Biodiversidade, o Diálogo divulgou o relatório do Encontro, documento que sintetiza as sessões realizadas, seus resultados e encaminhamentos, além da mensagem do grupo para as COPs.  O relatório está disponível no seguinte link: https://dialogoflorestal.org.br/wp-content/uploads/2025/05/Relatorio_en_2025-DF.pdf  

Dia de campo 

Um dos momentos mais marcantes foi o dia de campo. Os participantes conheceram experiências concretas da Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona) – um exemplo de experiência bem-sucedida de manejo florestal sustentável comunitário. A visita permitiu entender a produção de madeira certificada, a cadeia produtiva do óleo de copaíba e a movelaria artesanal desenvolvida localmente. Na Coomflona, a CI-Brasil, por meio do projeto Tapajós Resiliente e Sustentável, apoiou técnica e financeiramente a construção da primeira Unidade de Beneficiamento Madeireiro (UBM) comunitária da Amazônia.  

Com mais de 2,6 mil metros quadrados, a UBM, ao entrar em operação, vai impulsionar a cadeia produtiva local ao viabilizar o beneficiamento da madeira nativa proveniente do manejo florestal sustentável. Ao ser processada em peças como tábuas e pranchas, a madeira ganha valor agregado, impulsionando a geração de empregos e renda para mais de mil famílias da região e fomentando a economia da floresta em pé. Além de viabilizar a serraria, o projeto também promoveu capacitações técnicas para os comunitários responsáveis pela operação dos maquinários, garantindo segurança, qualificação e autonomia no processo de beneficiamento.  

Ainda no dia de campo, os participantes visitaram o Bosque da Embrapa Amazônia Oriental, em Belterra, onde conheceram experimentos de silvicultura de espécies nativas e exóticas implantados há mais de 40 anos. A atividade proporcionou debates sobre os impactos na biodiversidade, as relações com comunidades do entorno e os desafios associados monitoramento dos resultados em plantações florestais. 

Durante as discussões, Calmon reforçou a importância de fomentar mais iniciativas de silvicultura de espécies nativas como estratégia central para escalar a restauração, especialmente na Amazônia e ajudar o Brasil a se tornar um líder global no mercado de madeira tropical: “A restauração produtiva com espécies nativas é uma das chaves para conciliar conservação, geração de emprego e renda e desenvolvimento territorial. Ao valorizar espécies da nossa própria biodiversidade, criamos modelos produtivos que mantêm a floresta viva, funcional e resiliente. Avançar em políticas públicas, pesquisas e incentivos voltados à silvicultura de nativas é essencial para tornar essa agenda viável economicamente e atrativa para investidores e comunidades locais”, afirmou. 

Unidos pela floresta 

O Encontro Nacional de 2025 foi o primeiro realizado na Amazônia, simbolizando o compromisso coletivo com a valorização do bioma e a construção de soluções mais integradas às realidades locais para combater a crise do clima e da biodiversidade. Ao longo das últimas duas décadas, o Diálogo Florestal se consolidou como uma plataforma de articulação e confiança mútua, promovendo consensos e impulsionando ações concretas em favor das florestas e das pessoas que dependem delas. 

A CI-Brasil contribui diretamente para o fortalecimento do Diálogo como integrante do Conselho de Coordenação — instância responsável por definir políticas, estratégias e diretrizes da iniciativa no país. Essa participação reforça o papel da organização na governança florestal nacional e seu compromisso com soluções colaborativas voltadas à conservação, restauração e uso sustentável das paisagens brasileiras. 

 

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